Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Desenfreada

Carros antigos em geral são uma fonte quase inesgotável de diversão e desafios, e e semana passada foi a vez de Manuela mais uma vez mostrar que ela não foi feita para quem tem o coração fraco, a mente fechada e disposição de pessoa velha. 

Após esta sessão de fotos e descarga dos pallets que nela estavam, em preparação para levá-la para os retoques de pintura no dia seguinte, fui almoçar num restaurante há alguns quilômetros de onde estas fotos foram feitas. No caminho para o restaurante, os freios começaram a pedir uma pisada a mais no pedal para fazer o trabalho deles. Tudo bem, todos chegaram bem, até que na volta, não era só mais uma "bombada" que se fazia necessária, mas várias e cada vez mais profundas; dois quilômetros depois, só dava para freá-la com o freio de estacionamento já que pisar nos freios dava o mesmo efeito de pisar no acelerador. Como luso-brasileiro que sou, não desisto nunca e segui até em casa, mantendo uma distância segura o suficiente em relação aos outros carros na Via Anchieta. Chegando lá, o resultado: um cilindro de freio da roda dianteira direita estourou e todo o fluido vazou. R$10.00 e algumas bombadas resolveram o suficiente para levá-la ao Henrique (amigo mecânico, o qual já declaro como dependente na minha Declaração de Imposto de Renda), para o conserto correto dos freios e algumas coisinhas mais. Quem tem um carro novo, cheirando a plástico e tinta, não tem noção da emoção e do sorriso que brota involuntariamente ao se ter uma mão no volante e outra no freio de estacionamento para ajudar a frear o carro com alguma coisa do que ainda dáno pedal, e ouvir a travada das rodas traseiras numa descida... isso uma Kombi 73 pode te proporcionar! 

Mudando de assunto, levei um amigo norte-americano ao encontro no Ginásio Poliesportivo daqui de SBC de semana passada, e foi curioso ver como ele achou bacana ver tantos VW juntos (principalmente Brasília, que é um carro raríssimo em Indianápolis e demais cidades dos EUA), e também como as pick-ups Chrevrolet C-10, C-14 e C-1416 (a nossa querida Veraneio) fizeram sucesso. E ao ver esta bela Vera 66 (ah, se eu tivesse dinheiro+tempo+espaço...), encontro o irmão quase-gêmeo do Toninho! Outro Opala 1974, também de Luxo 4 portas, só que 6 cilindros e com algumas marcas do tempo como a subtração da transmissão automática original do carro (que dó!!!) por uma manual de 4 marchas. Apesar disso, o dono está de parabéns, é um belo carro! E vejam também a foto da frente de um lindo e raro Puma GT Malzoni (ainda baseado no DKW Vemag e seu motor de 3 cilindros 2 tempos).

"As demais crianças" continuam na mesma: o Puma está no Henrique (o mesmo lá de cima e de outros posts), para dar um jeito em tudo o que precisa para fazê-lo voltar às ruas - só que ao invés de retirar o câmbio e carburador, por enquanto vai ficar com o de 5 marchas e só ajustar os pedais. Menos coisa para mexer para poder funcionar o quanto antes. O Don só não saiu este fim de semana pois fazer direção quase-cega porcausa da falta do motor de limpador de parabrisasnão está entre os programas que mais estou afim. O Wenceslau deu numas de trepidar forte porcausa do cabo de embreagem, então para não mexer nisso agora, ele voltou para a garagem, fazendo companhia para o Irineu, que por lá repousa até chegar a hora de fazer a retífica do motor dele. E o Toninho continua sendo o mesmo fiel e amigo companheiro de viagens, passeios e trajetos. Tão bacana que dá receio de usá-lo (assim como os demais) neste trânsito biruta daqui de SBC. Nessas horas é que faz falta o carro de uso diário... ou morar num lugar com mais civilidade no trânsito. Mas a rebeldia interna acaba falando mais alto e persistimos - não só Toninho, mas todos os outros carros, para embelezar o "preto/prata/branco/cinza/amarelo/vermelho" que predomina no trânsito de hoje e também mostrar, de alguma forma, que sempre temos uma alternativa que não significa ter o carro novo, a roupa da moda ou ir ao restaurante que todos vão. Dá certo, é só querer de verdade. O Irineu que o o diga, nos seus quase 50 anos... e o Don, que como Fênix ressurgiu e se escapou do destino triste de se transformar em "Ferrari de pivete" para depois acabar seus dias esquartejado e cremado num conversor LD de alguma aciaria de siderúrgica. Como dizia Raul Seixas, "basta ser sincero e desejar profundo, (e) você será capaz de sacudir o mundo!".

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