Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A faísca de vida para o Frank

Várias pecas compradas, ferramentas e equipamentos de segurança separados, e lá fomos nós num domingo tentar resolver a „frouxidão de desempenho“ do Frank. Pesquisei em alguns sites sobre Wartburg, DKW (afinal é outro carro com motor 3 cilindros e 2 tempos) e comprei um manual de serviço do Wartburg (em alemão, o que dificulta as coisas mas ainda assim é sempre uma fonte de informação), e tudo logicamente indicava para ignição, ou eventualmente para a bomba de combustível.

O primeiro sinal de problema foi ao testar se havia faíscas nos três cilindros, e esta se mostrou errática no de número 3. Tirei as velas de dois cilindros e a deste cilindro estava encharcada, sinal que a queima de combustível não estava das melhores – mas, já tendo trocado cabos de vela e as próprias velas anteriormente, apenas conferi a abertura das velas e as coloquei de volta. Também verifiquei a bomba de combustível que estava íntegra, apenas com a tela de filtragem estava um pouco suja e que foi limpa. E, já que estava com as ferramentas e as pecas, substituí o sistema existente, com 3 platinados e 3 condensadores por um kit de ignição eletrônica fabricado na Hungria. 

Duas das três velas retiradas. A que está embaixo mostra o encharcamento, enquanto a outra está normal.
Ignição eletrônica em instalação. 
Instalado, ponto regulado, e… houve uma pequena melhora, insuficiente para que o carro voltasse à forma anterior. Ele até que enfrentou bem a rampa de saída da garagem (coisa que não fazia antes, provavelmente graças à nova ignição eletrônica e ao ajuste de ponto), mas ainda falta algo – e esse „algo“ pode ser o canto do cisne da bobina do cilindro 3. A fumaceira que saía pelo escapamento, típica de gasolina e óleo 2 tempos não queimado, também mostrava que algo está fora do normal.  Um parênteses: em 5 minutos de marcha-lenta, a garagem ficou com um clima londrino tamanha a neblina formada pela fumaça. Felizmente o alarme de incêndio não foi acionado, senão eu receberia uma visita nada desejada do Corpo de Bombeiros berlinense.



Para trabalhar no motor, é preciso remover a mini-frente, que é segura por 4 porcas.
Olhando assim, parece que metade do carro está desmontado.
Na falta de solução melhor, o fio adicional da ignição foi enrolado em volta do conduíte que junta os três fios originais da ignição convencional.
Uma dessas três bobinas deve ser a fonte do problema. Provavelmente a de cima é quem tem culpa no cartório
Precavido, já havia comprado uma bobina (ainda que usada) para colocar lá mas, esquecido, não levei a bobina para a garagem… portanto a troca vai ficar para depois, a ser feita junto com a organizacao dos fios dentro do cofre do carro, e a substituição do sensor da luz de freio, que ainda será comprado (problema relativamente antigo, mas que só agora decidi mexer) ou seja, só para daqui a uma semana ou duas.  Até lá, ele receberá uma bobina nova enquanto a usada recém-adquirida fica de reserva – desta vez, vou anotar para lembrar-me de trocá-la e torcer para que desta vez, o problema se resolva. 

sábado, 5 de setembro de 2015

Dois tempos, duas visitas

Depois de duas panes secas (parece até coisa de Formula 1), o carburador do pobre Frank ficou sujo e dirigí-lo virou um transtorno. E não adiantava limpar o giclê por conta própria e, já que era preciso renovar a inspeção dele (aqui chamado de TÜV, mesmo sendo efetuado pela empresa DEKRA), levei-o para uma oficina fortemente recomendada por alguns amigos. Essa oficina não é especializada em carros antigos mas o pessoal todo conhece os Wartburg dos tempos do muro de Berlim e segundo os relatos, deixariam o Frank quase como novo. Um dos mecânicos inclusive estava próximo de aposentar e tem um Wartburg mais novo como carro de uso diário, e isso avalizou a escolha.
E com ele mancando, tossindo, morrendo e cheirando a gasolina, fomos para a oficina para que, em "breves" três semanas (!!!) o carrinho ficasse pronto. Pneus trocados, carro inspecionado, motor funcionando, e então tudo pago. Saí dirigindo como um cavalo que sai da cocheira, e em dez minutos o carro ficara i-gual-zi-nho a como estava antes. Morria ao chegar no semáforo, tinha que ficar acelerando a todo o momento, tremia, gemia e chorava. 
Frank retornando da primeira oficina. Capenga, coitado. 

Dois dias depois, voltei à oficina com o meu amigo, e lá o deixamos novamente, para que pudesse ter o serviço concluído. Diagnóstico: o tanque não havia sido limpo (!), reforçado pelo fato da bóia não ter sido trocada e o marcador continuar estático (!!) como eu havia pedido.
E então, mais uma semana depois, o carro finalmente ficara pronto, de novo. Paguei novamente, e saí com ele que de fato estava melhor... mas ainda esquisito. No caminho, ele disse que não quer mais voltar naquela oficina, e que não veio para Berlim depois de uma vida em Praga para ficar passando na mão de mecânico de qualquer coisa. 
Segunda tentativa.

Nova oficina, desta vez perto do trabalho. Linda, especializada em carros antigos, e com experiência em carros do Leste. E três dias depois, mais um pagamento substancial pelo serviço, ele,ficou pronto... quase perfeito. Quase porque depois de alguns dias ele voltou a falhar, e agora perdeu força. Resumo da ópera: desta vez quem vai consertar o Frank sou eu! E o primeiro passo será instalar ignição eletrônica nele (kit novo, feito na Hungria), para depois ajustar direito o carburador dele. 

Frank em frente ao antigo Haus des Lehres (Casa do Professor), da finada Alemanha Oriental. 

Antigo anúncio da Tatra, na Karl Mark Allee. 

Filme "Der Sommer mit Mamá" ("A que horas que ela volta") em cartaz no Kino International. 

O Cafe Moscou, com sua réplica de uma peça do satélite Sputnik, e o Frank. 

Frank e o Café Sibylle ao fundo. 

O Frank está apreensivo, mas ainda se dispôs a ser modelo fotográfico para mim em alguns pontos turísticos do bairro (típicos de Berlim Oriental), num belo domingo ensolarado, como você pode ver aqui. Notícias virão em breve, aguardem!