Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os compromissos (e os parênteses)

Queridos,

Sim, sei de minha dívida em escrever mais frequentemente, mesmo vendo pela estatística que poucos (ou ninguém) leem o que coloco. E daí? Mesmo que seja para eu mesmo, o que importa é cumprir com este compromisso assumido, ainda que já faça mais de 40 dias desde o meu último post. Falta de computador (que ainda não está 100%, não consigo publicar fotos), provas, muito trabalho e falta de inspiração são os fatores contribuintes.

Enfim, o que aconteceu de interessante desde então? Na vida, até agora nada de muito emocionante salvo ter passado para o 2º ano da faculdade (sim, faça faculdade depois dos 30 e tudo fica mais divertido), e da Lucano Mosaico, da minha querida Adriana estar prosperando; de resto, tudo igual no serviço ("same old s**t as before"), família (todos vivos e com saúde, que é o que realmente importa), e demais setores da vida (amigos, colegas etc).

Automobilisticamente falando, também poucas novidades, mas dignas de nota. Depois de uma encheção de saco com os freios e carburador do Pereira (Opala bege 76) decidi levá-lo ao Henrique para consertar. Interessante foi retirar o servofreio e ver que estava furado e cheio de fluido de freio, vindo do cilindro mestre. Ó, por que o freio do carro não era decente??? Devidamente trocados e com R$572.00 dilapidados de meu patrimônio, agora Pereira freia que é uma beleza. Pena que o carburador não tenha ficado bom ainda, e dirigí-lo ainda exige paciência e perseverança - as falhas são constantes e ele fica "tremelicando" aos 80 Km/h, além de ter pouca força, ainda que o motor dele realmente esteja ótimo. Acho que é giclagem, mas preciso mexer nisso por conta, pois ninguém mais tem paciência de trabalhar com carburadores, por mais simples que sejam. O mais interessante é que mesmo sendo um carro estiloso e inteiro, não sinto prazer em dirigí-lo. Enquanto Toninho é imbatível entre os 3 Opalas (macio, com força e extremamente confiável), Pereira é meio que "belo Antônio" - bonito, elegante, mas na hora, ele dá uma pipocada. Klaus fica no meio termo, pois é gostoso e tem espírito, mas gosta de um chilique. Porcausa disso, começo a perceber que talvez seja o caso de Pereira e eu seguirmos caminhos diferentes, tal qual aconteceu com o Dodge branco que tinha, o Flash Gordon.

O Flash Gordon era (aliás, "é" pois continua bem e com um feliz proprietário) um Dodge Dart 75 4 portas branco que, na época que comprei, seria um excelente candidato a redução a peças não tivesse eu o socorrido. Tinha ferrugem sim, mas nada de muito grave, e também era um bom carro para dirigir... para os outros. Mesmo tendo gasto uma grana preta nele, foram poucas as vezes em que nos demos bem pois, ora chovia dentro do carro (mais que o normal para um Dodge), ora o motor superaquecia (isso sim é completamente anormal para um Dodge), e constantemente dava pirepaques elétricos (uma bateria nova a cada dois meses) e fedia enormemente a gasolina queimada (aliás, pior que quase todos os Dodges que já vi). Pois bem, praticamente TODOS que conheci diziam que era "um dos melhores Dodge Dart que já haviam dirigido" e muitos ficaram tristes ao saber que o vendi. Flash Gordon NUNCA deu problema na mão de ninguém... a não ser eu. Por isso, mesmo que de forma relutante, conclui que era hora de passá-lo para frente e assim o fiz. Curiosamente, todos os carros que o sucederam em trocas foram igualmente frustrantes (o Mercedinho que afogava o carburador, o Landau que fritou o câmbio no meio da noite num lugar feio que dói entre outros) até que a cadeia se rompeu a vender (sem trocas nem nada) o último carro da linha sucessória dele.

O caso de Pereira não é grave assim. Não quebra e nem vai deixar ninguém na mão, mas também não dá aquele "brilho nos olhos" quando o vejo (ao contrário do que acontece com outras pessoas que o vê), e daí qualquer barulhinho diferente é motivo de decepção. Engraçado que este sábado decidi encerá-lo para tirar as manchas da pintura dele, decorrentes do tempo em que ficou guardado. E meia hora depois de terminar e sair para um passeio, dá uma bela de uma chuva... É, às vezes é mais saudável por fim a um relacionamento que tentar alimentar algo sem futuro porque o prejuízo material e sentimental será sempre maior ao ficar indo contra a intuição (e que esta metáfora automobilística sirva para a vida). Neste caso, o pedido de divórcio neste "relacionamento relâmpago" é um papel de "VENDE-SE", um anúncio no Mercado Livre e uma boa dose de paciência. Tenho certeza que o próximo proprietário será muito mais feliz que eu, e fico feliz por ter resgatado mais um carro de volta para a vida.