Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

sábado, 17 de junho de 2017

Problemas paranormais do meu Wartburg 353 - Parte 1


Parada em um passeio a Cottbus, há 100 Km de Berlim.

Ah, Wartburg, Wartburg… este é sem dúvida o carro mais “interessante” que já tive. Primeiro porque ele é o meu primeiro com motor 2 tempos, bem como o primeiro do “outro lado da cortina de ferro” (aviso aos jovens – se você não sabe o que foi a tal cortina de ferro, pesquise a respeito. O mundo era bem diferente de hoje). Mas ele sempre será lembrado com o carro do defeito mais persistente que já vi… podem dizer que sou teimoso, ou mesmo burro (por insistir na teimosia), mas este é de fato um exemplar emblemático de como um carro tão simples pode ser tão misterioso quanto aos seus problemas.


Vazamento de óleo do câmbio.
O sintoma continua sendo o mesmo – depois de algum tempo funcionando bem, ele perde torque e, em seguida aparecem outros sintomas como falha, tosse, mais perda de força, até que ele para de vez. As hipóteses óbvias foram verificadas mas mesmo assim o carro continuou igual, e os mecânicos daqui não haviam resolvido o problema até o momento – alias, só serviram para dilapidar as minhas poucas e cambaleantes economias para níveis frustrantes. Até que, por intermédio de um amigo, descobri um mecânico há 8 Km do trabalho – e o melhor, uma pessoa que faz estes serviços primordialmente porque gosta, e não tem uma fila de carros todos os dias, que precisam ser entregues.

Wartburg sendo luxuosamente transportado por um BMW 530i
Um outro amigo meu fez o grande favor de conseguir uma carretinha e levarmos o carro até a casa desse mecânico, já que o Wartburg não saía mais do lugar. Após algumas semanas, algumas peças trocadas e áreas reparadas (incluindo um preocupante vazamento no câmbio), ele me liga e diz que o carro está pronto, e que posso ir buscar. Carro buscado, mecânico pago, sigo meu caminho feliz e contente. Tudo funciona bem até que, três dias depois o problema volta, da mesma forma que antes. Começa a falhar, tosse, perde força, e mal se mexe no lugar. Consigo chegar até o estacionamento, e guardo-o até passar o inverno, para que o mecânico possa ver o que aconteceu de errado e fazer o que for necessário. Passados os quarto meses de frio quase insuportável, fui com ele até o estacionamento, e ele conferiu que havia faísca em cada uma das velas, havia gasolina, e o carro ligava, ainda que com dificuldade. Seguimos juntos até uns 8 quarteirões, quando ele pediu para parar pois o carro estava ruim de novo. Limpamos as velas, usamos o auxiliar de partida (a bateria já havia aberto o bico) e o enfermo Wartburg acordou novamente, para seguir jornada. Combinei com ele em trôpego alemão que buscaria o carro quando voltasse de viagem, o que lhe daria três semanas para investigar os problemas  com calma e segurança.

Quase um mês depois, fui buscar o famigerado veículo alemão oriental, pronto e revisado. Foram trocados filtro de combustível, velas, soquetes dos cabos de vela, reparo da bomba de combustível e conferiu-se o ponto do motor. Paguei pelo serviço e saí dirigindo o carro, seguindo dois amigos que me deram carona. Tudo lindo, tudo alegria... por 2 Km. Eis que ali em frente à estação de trem de Blankenfelde, aguardando a cancela abrir, ele começa a ficar com a marcha lenta ruim, cambalear e morrer. Tento ligar uma, duas, três vezes... e na quarta ele funciona, ainda que mal. A cancela abre, trafegamos por mais 600 metros e o motor morre com o carro em movimento. Paro o carro no acostamento, num lugar que parecia ser cenário dos Teletubbies, e nada aparentemente salta ãos olhos como a possível causa. 
Pifado no cenário dos Teletubbies. 

"De boca aberta", esperando um diagnóstico, físico ou metafísico. 

Minha expressão de alegria, com a condescendência dos amigos Ricardo e Raphael (felizes pelo fato do carro não ser o deles).

O "rebocador" puxando a um semelhante.
O Raphael, um dos amigos que foram comigo buscar o Wartburg, vai até a casa do mecânico e o leva lá, para tentar reanimar “a vítima”. Pois não houve gasolina, futucada nos cabos ou limpeza de velas que fizeram ele ressucitar, e ele foi puxado por um semelhante a ele (um Wartburg 353. ano 1969, muito bacana por sinal) de volta à casa/oficina para novos reparos. Os reparos feitos na hora não tiveram sucesso, então combinamos de deixar o carro lá, para investigação e conserto, sem entender o que aconteceu. O sentimento era de frustração e raiva, pois tudo ia bem... até chegar à estação de trem.


Ricardo e Raphael, fazendo uma palpiteria sobre o que ocorreu. 

Três Wartburg 353, três destinos diferentes. O meu (azul, em diagnóstico), o do mecânico (vermelho, inteiro e pronto para qualquer viagem) e o outro do mecânico (branco, servindo de decoração da casa).

O "rebocador", ano 1969. 
A única conclusão que chegamos é que aparentemente, há algo sobrenatural ocorrendo com ele – um “poltergeist” (assombração)? Um espírito teimoso? Uma relação em que ele não gosta de mim? Falaremos mais a respeito na próxima publicação. Para variar, leiam, comentem e compartilhem!

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Wilma, a Caravan 98% pronta


Já faz quase um ano desde que escrevi aqui pela última vez, sem que isso significasse que as coisas tivessem parado. Acontece que tanto se sucedeu, tantas coisas se passaram, que o blog ficou para mim como uma constant lembrança de algo a ser feito quando tivesse tempo, só que ou o tempo, ou a inspiração não estavam presentes. Mas enfim, aqui estamos novamente.

Com idas, voltas, perrengues e soluções, a Wilma ficou 98% pronta. É, sempre tem aquele 2% que impede de declarer o carro como pronto, mas a vida é assim – quando achamos que algo está concluído, outra coisa aparece e sempre estamos envolvidos em algo diferente. O conjunto motor e câmbio está um relógio, ainda que um relógio chinês e não um suiço, isso porque o motor morre em em condições específicas – motor quente, redução de rotação, como ão sair da estrada para pegar uma alça de acesso; o problema apontado era na válvula de vácuo do cambio, mas ela foi substituída e o problema apenas diminuiu. Pode ser que o carburador também precise de alguma atenção, que é o próximo passo futuramente.

Farol de neblina, no lugar onde deveria estar só o fio.
Os farois de neblina estão no lugar errado, descobrimos depois de instalados que aquele lugar onde cada um está é apenas para os fios  para ligá-los, e eles vão montados no parachoque. Então, depois que as garras dos parachoques ficarem prontas da cromeacão, colocaremos os farois de neblina no lugar certo ão mesmo tempo que instalaremos os farois de milha (já comprados, da Hella que equipavam os Opel Rekord na Alemanha). Tem que trocar também os suportes dos parassóis (já comprados, só falta instalar), e instalar o emblema na grade dianteira. E outra coisa, bem chata na minha opinião, foi que o alternador foi ligado invertido na revisão elétrica, e além de ter queimado, ele queimou também o radio original dela (sim, aquele radio “CHEVROLET” AM/FM que só saiu eu uma dúzia de carros…), e terá que ser levado para reparo. Temos também que fazer o adesivo AUTOMATIC que vai no vidro traseiro, que foi retirado durante a montagem do carro (uma pena, pois se estivesse lá, ficaria muito mais fácil de reproduzir um novo). Por fim, o carro está com o ar quente desligado, já que a bomba d’água dele não tem saída para o ar quente, mas no momento decidimos deixá-lo assim, já que a Wilma é pouco usada no inverno e esse sistema de ar quente com radiador interno é famoso por provocar vazamentos quando não utilizado com certa frequência. Com tudo isso, ela fica 99,9% pronta, pois os 100% requerem coisas caras como novos sobrearos originais, frisos originais do teto no lugar dos que foram fabricados, o próprio ar quente, então essas coisas ficam bem para trás da lista de prioridades, afinal são unicamente cosméticas e pouco adicionam à história do carro.

Placa preta para ela? Não sei, dinheiro é um recurso limitado e o valor eventualmente gasto para colocar placa preta pode ser usado em outras coisas mais importantes nela ou em outros carros, com mais benefícios do que colocar a tal placa de cor negra.

Aproveito e recomendo os ótimos trabalhos de funilaria, pintura e montagem feitos pelo Kot (Facebook: www.facebook.com/kot.gardim) e de mecânica feitos pelo Fernando (se alguém se interessar, mando o telefone dele em mensagem privada, já que ele não tem Facebook), ambos os trabalhos ficaram excepcionais. E agradeço muito ao Felipe, meu sobrinho e amigo, que vem tocando o projeto com muito carinho e capricho.

E aí, o que acharam do resultado? Deixem seus comentários!


Dá para ser mais bonita?


Parece nova por baixo. 
Como não ter orgulho de uma "família" dessas?