Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

quinta-feira, 3 de março de 2011

O que vem e o que vai.

Oi gente, Este é o primeiro post do ano, tardio graças a um computador que teimava em não carregar fotos e à minha preguiça em pegar outro computador para escrever. Sim, havia prometido que ia escrever mais e quebrei a promessa, então peço desculpas. Várias coisas aconteceram entre o último post e este aqui - o Brasil tem uma presidente que até o momento nem fede nem cheira, a África e Oriente Médio ensaiam uma primavera democrática tal qual ocorreu no leste europeu nos anos 80, várias pessoas nasceram e outras tantas faleceram. Pessoalmente, além de um constante e crescente aborrecimento a respeito de como são as coisas (principalmente quando pessoas estão no mundo profissional, elas se transformam!), minha pressão arterial subiu e meus cabelos ja não são mais tantos, mostrando que a idade chega para todo o mundo, inclusive para mim - o que assusta pois a idade aparece como de assalto, uma hora vc tem 23 anos e de repente, PUFFFFFF!!!! Você já tem "quase 40 anos" e tem que ouvir calado o rosário de explicações científicas a respeito da pressão alta, impaciência, dor de dente, poucos cabelos e sobre a barba que cresce branca. E na garagem, mudanças também.

Temos uma nova integrante (sim, no feminino mesmo) - uma Kombi standard 73, chamada Manuela. Ela apareceu próximo ao Natal, vinda de São Carlos. Já estava de olho nela no Mercado Livre faz tempo, e a providência divina fez o preço reduzir bastante e ainda por cima ela estar em São Bernardo do Campo! Conversa daqui, vê dali... e negócio fechado. A Manuela pouco rodou desde então, apenas o suficiente para levá-la ao despachante, cartório, e neste interim, parar em frente a VW na Via Anchieta (maternidade dela) numa pane seca por pura culpa minha (devia ter confiado no funcionamento do marcador de combustível!!). Apesar de simpática e fotogênica, ela vai dar bastante trabalho pois precisa de alguma funilaria, pintura geral, revisão do câmbio (em 3a e 4a ela faz um barulho de rolamento gasto tão alto que chega a dar dor de cabeça), além de bancos novos e janelas basculantes. A Manuela e eu agradecemos por dicas de onde encontrar peças com preços bons e também doações em geral. Em um outro post, coloco um "impressões ao dirigir" dela.

E como ela veio e pelo menos um carro precisava ir, Klaus mudou de dono. Um colega do trabalho agora é o feliz proprietário deste bom Opala 89, que me proporcionou diversas lembranças da adolescência e me fez bastante feliz enquanto esteve comigo. Fico bastante feliz pelo fato dele ter ido para alguém que certamente vai cuidar com todo o carinho que Klaus merece, e que ele irá retribuir com boas e confortáveis viagens por aí. Antes da venda, ajustei o carburador dele e coloquei um rádio novo, além de ter andado razoavelmente bastante com ele. Ele vai como um daqueles amigos que se mudam e você sabe que vai continuar tendo notícias dele, mas raramente vai ter a oportunidade de conversar e fazer coisas como antes... que bom que ele vai deixar saudades!

Lógico que antes de Klaus partir, tive que tirar uma foto com os três juntos - afinal, não é sempre que se tem lado a lado um Opala 74, um 76 e um 89, mesmo que para comparar a evolução, e também tantos carros coloridos juntos, sem aquela ditadura do "preto-prata-cinza" que finalmente começa a ver uma discreta mudança, com mais carros amarelos, brancos e vermelhos circulando por aí. É por imagens como essa que eu ainda vou tatuar "Opala" no meu braço esquerdo.

Neste tempo que fiquei sem escrever acabei refletindo bastante e concluindo algumas coisas - umas óbvias e outras não. A primeira é que a vida é curta e temos que curtir (com responsabilidade, pois existe um amanhã), sem pensar demais no futuro. Sim, essa faz parte do rol do óbvio, mas tal conclusão costuma ficar esquecida no graaaaande quartinho mental que é nosso cérebro e muitas vezes nos pegamos fazendo um montão de coisas apenas "pensando no dia de amanhã". Os tais "agora não posso", "ah, se eu tivesse dinheiro numa situação mais confortável..." ou "eu não tenho tempo" são excelentes desculpas para a infelicidade. Então é por isso que curto e tenho carros antigos, faço Direito e quero ainda fazer tantas coisas, porque a vida é curta demais e se nos deixarmos levar pelo "senso comum" (que como aprendi na faculdade, "senso comum" não existe).

Outra que descobri é que mudar é difícil pacas. "Ah, essa é óbvia" - parece, mas não é bem assim. Na hora do "vamos ver", nosso inconsciente está tão atrelado a valores e comportamentos determinados que você, querendo ou não, se comporta de uma forma que não gosta e acaba de decepcionando com você mesmo. E cara, mudar é difícil. Demanda uma disciplina federal, muita determinação e muita muita MUITA vigilância. Confesso que ainda estou anos-luz do que desejo, mas acho que tenho melhorado, principalmente ao perceber mais quem sou e que atitudes e valores eu tolero ou não.


E a outra, mais importante de todas, é que tudo isso acima se justifica pois a vida é uma eterna dialética. A história não é constante, nós, nossos entes queridos, os FDPs que também estão por aí, e as coisas em geral, se transformam a cada dia e, se não olhar
mos para a frente e decidirmos "de verdade" sermos felizes a partir de agora, o bonde já vai ter passado e daí nos arrependeremos até o último dos nossos dias por não termos dito um "eu te amo" para aquela pessoa que não está mais entre nós, ter feito aquela viagem fantástica (ou então comido um pedaço de pizza na varanda) com pessoas que gostamos e curtido bons momentos porque estávamos "muito ocupados fazendo algum relatório ou apresentação que, no fim das contas, ninguém vai mesmo prestar muita atenção", ou resumindo, termos feito nosso gosto. Seja ele ter ido a Paris ou ter comprado uma Kombi.


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