Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

sábado, 12 de março de 2011

Amigo da onça - parte 1

Bom dia, povo!

Todos nós já nos decepcionamos, ponto. Seja em relação a pessoas, fatos ou coisas, todo o mundo tem pelo menos um punhado de histórias para contar, e todas elas tem por cerne a criação de expectativas. Não tem jeito, quando não há expectativa, não há decepção e em contrapartida, quando nos dedicamos a algo (seja uma amizade ou relacionamento, trabalho, construção ou reforma) e este não corresponde, ficamos chateados, tristes ou muito putos mesmo, e queremos jogar tudo para o alto e fazer outra coisa qualquer.

Pois a minha história mais emblemática é sobre um Dodge Dart que tive, um 4 portas 75 branco, que para mim foi um verdadeiro amigo da onça. E como a história é longa, vou colocá-la em partes, para que todos leiam, com paciência.

Tudo começou em 2000, quando vi um anúncio do carro no Primeiramão (faz tempo, naquela época esses carros custavam pouco) por um preço razoável, daí puxei a Adriana (até então minha namorada) até Itaquera para ver o carro. Sim, era um Dodge que precisava de funilaria e pintura, assim como de um trato geral, mas era um carro usado, nem restaurado tampouco mexido até virar sucata; e ainda por cima, era um 4 portas cuja dirigibilidade é melhor que a dos 2 portas e ambém cujo destino mais provável era ser doador de peças, o que seria um pecado num carro tão íntegro. Acertados o preço e as condições de pagamento que meu salário de assistente técnico permitiam, passei a ser o feliz proprietário de um Dodge Dart de Luxo ano/modelo 75, 4 portas e 3 marchas. O guincho foi buscar o carro e deixá-lo num estacionamento (curiosidade: este tal estacionamento era ao lado da antiga fábrica da Chrysler aqui em SBC, onde hoje é um centro de distribuição das Casas Bahia).

Enfim, após um mês parado no estacionamento, decido tirar o "Dojão" de lá - e aí a história começa a ficar interessante... como o carro não saía do lugar por problemas alheios ao meu conhecimento, eu e meu amigo Ricardo (mais conhecido por Chuva) tivemos a "brilhante ideia" de puxar o carro com uma corda até Rudge Ramos (uns bons 10 Km de distância), até o local onde funciona a clínica da minha irmã, e que eu usava como oficina mambembe nos finais de semana. Lógico que isso ia dar errado - uma pick-up Corsa puxar com cordas, num sábado de manhã de garoa, um carro de mais de uma tonelada, com freios menos que bons, por 10 Km, é o tipo de coisa que só a falta de juizo da juventude e empolgação faz conosco.

Pois bem, assim fomos. E para melhorar o que já estava bom, lá fomos nós pela Rua Marechal Deodoro, a rua principal do centro de São Bernardo, que fica lo-ta-da-ça aos sábados. E para variar, a corda quebrou pela primeira vez no meio da rua. Paramos o trânsito, amarramos as cordas, e vamos em frente. E 800m depois, a corda arrebenta mais uma vez. Daí decidimos pegar uma rua lateral e seguir paralelamente à Marechal Deodoro. Legal... só havíamos esquecido que havia uma subida e uma descida e na descida... lembra do freio que não funcionava direito? Então, a traseira da pick-upinha pode comprovar isso. Bom, depois de quatro quebras de corda, tampa traseira do meu carro já amassada (aliás, bater no próprio carro sendo este o carro à sua frente é uma daquelas sensações indescritíveis...), decidimos parar em frente à casa da Adriana para buscarmos um eletricista/mecânico que fizesse o carro funcionar. Isso já era mais de 21:00, não havíamos almoçado, estávamos cansados de tanto amarrar corda, empurrar, puxar, tomar chuva e garoa, e hoje reconheço a tolerância da Dri e dos pais dela pois ver alguém largar aquela barca na frente da casa deles não deve ter sido agradável. Fomos cada um para sua casa, para tentar prosseguir o dia.

No dia seguinte, encontro um mexânico (está certa a grafia, pois duvido que ele soubesse algo melhor que isso) perto da casa deles e, ainda alucinado pelo carro e inexperiente com profissionais, acabei acertando com o cidadão não só fazer o carro funcionar, mas também a funilaria e pintura do carro. Antes não tivesse chegado na frente da oficina dele... o carro (ou melhor, o cara) consumiu meu dinheiro, minha paciência e ainda por cima o carro saiu de lá andando, mas mal. E com a pintura mal-feita ainda por cima. Culpa dele? Não, culpa minha pois fui confiar num profissional obviamente desconfiável. E acho que por isso o Dojão decidiu seguir em frente comigo nesta relação típica da "amante argentina"... mas calma, ainda tem muito mais para publicar, e a história vai ficar mais interessante.

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