Compartilhando o significado de ter um carro antigo... ou mais de um!

terça-feira, 22 de maio de 2012

O tempo e o Puma.

Amigos, sei que faz tempo que fiquei afastado deste blog, mas isso nada mais foi que uma homenagem velada ao Puma, que depois de tanto tempo esperando o término do serviço de eletricidade finalmente tomou um encaminhamento. Sim, ele voltou a andar - mal, mas andou - e a elétrica está (quase) pronta, e agora faltam os ajustes mecânicos.

Há um mês fomos buscá-lo no local onde se encontrava em repouso, após o eletricista ter feito boa parte das instalações. Colocar gasolina no carburador daqui, coloca o auxiliar de partida dali, umas três tentativas e ele finalmente liga, depois de quase dois anos. Sai de lá da garagem tossindo, fumaçando e reclamando tal qual uma pessoa de idade que se recusa a sair da cama para ir passear mas que, assim como o hipotético ancião, logo se anima com o passeio e dá sinais de disposição. Mas a alegria durou pouco. 3 kilômetros depois a embreagem abre o bico e patina. O Puma, com toda a sua musculatura oriunda do motor de Chevrolet 6 cilindros 250-S adicionado do carburador quadrijet, não é capaz de vencer a subida do trevo do Km 18 da Via Anchieta, coisa que até o Irineu (Gordini) falhando um cilindro é capaz de fazer. O que fazer? Encostar o carro e esperar que um dos amigos que estavam na trupe do resgate do Puma fosse até à oficina pegar uma boa corda para rebocá-lo até a oficina. 30 minutos depois a corda estava lá e quando fomos rebocá-lo, a embreagem decidiu trabalhar de novo e lá fomos nós percorrer os 6 Km que separam o local onde estávamos da oficina. E o fizemos em tempo recorde - levamos "apenas" 1 hora, graças a outro chilique da embreagem e também ao motor que ficou muito nervoso de ter que trabalhar e ferveu. No fim das contas, esta parte da missão foi cumprida (veja as fotos).
 Puma parado no trevo do Km 18, aguardando o socorro da corda e do carro para rebocá-lo.
 Puma parado na avenida, esperando a embreagem voltar a trabalhar. Nota: os dois ilustres senhores que saíram na foto estavam nesta empreitada de transportar o Puma até a oficina, e este Taurus que acabou por rebocá-lo até à oficina, pertenceu ao meu pai.
 Mais uma do Puma.
 Puma esperando o momento certo para entrar na oficina.

Depois de alguns dias, o eletricista finalmente consegue ir à oficina e termina praticamente tudo, com exceção da instalação do relógio multifuncional (conta-giros, manômetro de óleo e... xi, nem lembro mais o que era o outro instrumento), que não havia chegado ainda. Entre as coisas, está a instalação da caixa evaporadora do ar condicionado, e agora o Puma parece - pelo menos por dentro - um carro bacana. (veja as fotos abaixo)
 Estofamento feito, caixa de ar instalada... agora parece um carro esportivo.
 Painel do Puma - ficou muito melhor do que antes.
 Detalhe da área com a caixa de ar instalada. Apesar de não ser igual à original, ela é bem parecida e distribui melhor a ventilação dentro do carro... além de ser nova, o que tranquiliza muito na hora de ser utilizada nos dias quentes.

Mas uma coisa intrigava... por que raios que sempre se raspa as pernas no volante? E esse espaço entre o painel e a coluna de direção, por que está lá? Olhando por baixo do painel, a resposta: alguém no passado (provavelmente uma pessoa de baixa estatura) soldou dois suportes na travessa de apoio do painel e coluna de direção, posicionando-a para baixo consideravelmente. Fiquei um pouco desapontado mas bem mais feliz - o primeiro pois dói só de pensar em remover a coluna de direção e enfiar a lixadeira por debaixo do painel depois que tudo está montadinho... mas a boa notícia é que este problema tão incômodo tem solução. Vejam na foto abaixo o vão entre a coluna e o painel, indicando que a condição atual está longe do normal...
 A parte mais preocupante de ajustes está na pedaleira - com o túnel tendo sido alargado para a instalação do câmbio monstruosamente grande, o pedal do acelerador ficou apertaaaaaaado até. Tão apertado que ao acioná-lo, é quase inevitável dar um toque no pedal de freio logo de cara, o que é perigoso pacas. Então, lá vai lixadeira de novo, comer os pedais para diminuir o tamanho deles e neste processo soltar uma infinidade de faíscas (haja papelão para proteger todo o estofamento novo!)...



E fora isso tudo acima, tem outras coisas a fazer a curto prazo, como consertar a embreagem (se ela quer patinar, que vá ao Holiday on Ice!), instalar o pino de trava do porta malas, regular o motor, trocar o reservatório de água por um maior e pressurizado, revisar os freios e trocar fluidos, instalar (finalmente) o instrumento multifuncional, ajustar o cajado da porta do motorista para que o vidro pare de travar ao subir... e a lista continua grande. Fora as coisas maiores, como a troca e reforço da longarina, e serviços de fibra de vidro como tirar as polainas laterais (que não são originais e só poluem as linhas do carro) e encurtar a frente erroneamente adaptada na então-harmoniosa carroceria. Com isso, planos mirabolantes como rodas aro 15 e motor V8 350 foram descartados para este carro.

Pois é, o Puma é na natureza um animal arisco e indomável... por que eu iria imaginar que este carro comportar-se-ia de forma diferente? E depois de tudo isso terminado, o resultado ficará bom o suficiente para que estes pequenos contratempos sejam apenas agradáveis lembranças de mais um projeto.

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