Todos nós já nos decepcionamos, ponto. Seja em relação a pessoas, fatos ou coisas, todo o mundo tem pelo menos um punhado de histórias para contar, e todas elas tem por cerne a criação de expectativas. Não tem jeito, quando não há expectativa, não há decepção e em contrapartida, quando nos dedicamos a algo (seja uma amizade ou relacionamento, trabalho, construção ou reforma) e este não corresponde, ficamos chateados, tristes ou muito putos mesmo, e queremos jogar tudo para o alto e fazer outra coisa qualquer.
Pois a minha história mais emblemática é sobre um Dodge Dart que tive, um 4 portas 75 branco, que para mim foi um verdadeiro amigo da onça. E como a história é longa, vou colocá-la em partes, para que todos leiam, com paciência.
Tudo começou em
Enfim, após um mês parado no estacionamento, decido tirar o "Dojão" de lá - e aí a história começa a ficar interessante... como o carro não saía do lugar por problemas alheios ao meu conhecimento, eu e meu amigo Ricardo (mais conhecido por Chuva) tivemos a "brilhante ideia" de puxar o carro com uma corda até Rudge Ramos (uns bons 10 Km de distância), até o local onde funciona a clínica da minha irmã, e que eu usava como oficina mambembe nos finais de semana. Lógico que isso ia dar errado - uma pick-up Corsa puxar com cordas, num sábado de manhã de garoa, um carro de mais de uma tonelada, com freios menos que bons, por 10 Km, é o tipo de coisa que só a falta de juizo da juventude e empolgação faz conosco.
Pois bem, assim fomos. E para melhorar o que já estava bom, lá fomos nós pela Rua Marechal Deodoro, a rua principal do centro de São Bernardo, que fica lo-ta-da-ça aos sábados. E para variar, a corda quebrou pela primeira vez no meio da rua. Paramos o trânsito, amarramos as cordas, e vamos em frente. E 800m depois, a corda arrebenta mais uma vez. Daí decidimos pegar uma rua lateral e seguir paralelamente à Marechal Deodoro. Legal... só havíamos esquecido que havia uma subida e uma descida e na descida... lembra do freio que não funcionava direito? Então, a traseira da pick-upinha pode comprovar isso. Bom, depois de quatro quebras de corda, tampa traseira do meu carro já amassada (aliás, bater no próprio carro sendo este o carro à sua frente é uma daquelas sensações indescritíveis...), decidimos parar em frente à casa da Adriana para buscarmos um eletricista/mecânico que fizesse o carro funcionar. Isso já era mais de 21:00, não havíamos almoçado, estávamos cansados de tanto amarrar corda, empurrar, puxar, tomar chuva e garoa, e hoje reconheço a tolerância da Dri e dos pais dela pois ver alguém largar aquela barca na frente da casa deles não deve ter sido agradável. Fomos cada um para sua casa, para tentar prosseguir o dia.
No dia seguinte, encontro um mexânico (está certa a grafia, pois duvido que ele soubesse algo melhor que isso) perto da casa deles e, ainda alucinado pelo carro e inexperiente com profissionais, acabei acertando com o cidadão não só fazer o carro funcionar, mas também a funilaria e pintura do carro. Antes não tivesse chegado na frente da oficina dele... o carro (ou melhor, o cara) consumiu meu dinheiro, minha paciência e ainda por cima o carro saiu de lá andando, mas mal. E com a pintura mal-feita ainda por cima. Culpa dele? Não, culpa minha pois fui confiar num profissional obviamente desconfiável. E acho que por isso o Dojão decidiu seguir em frente comigo nesta relação típica da "amante argentina"... mas calma, ainda tem muito mais para publicar, e a história vai ficar mais interessante.
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