Então, com a decisão tomada, o primeiro passo agora é pensar no tipo de carro que você quer, e isso requer um bom planejamento para que você não se arrependa futuramente. Como escrevi no post anterior, quanto mais novo o carro, maiores as chances de encontrar peças, encontrar modelos em melhores condições e mais baratos - e como toda boa regra, tem um monte de exceções. um Gurgel BR-800 90 vai ter a manutenção muito mais complicada que a de um Corcel II 80, e com R$10.000 (USD 4.750) pode-se comprar uma Brasília 77 em ótimo estado, ou um Escort XR-3 88 em estado razoável, ou ainda um escombro do que em algum dia já foi um Opala 70 4 cilindros. É interessante ter em mente que os carros antigos de hoje já foram "carros velhos" ou "carros de mano" há 10 ou 15 anos, e alguns carros atualmente podem ser ótimas opções como primeiro antigo. Agora, se você tem uma preferência por um estilo, marca ou época de fabricação, as escolhas ficam mais simples porém mais trabalhosas e eventualmente, mais caras. (Nota: eu particularmente prefiro os carros dos anos 60 e 70, mas teria numa boa um Santana CD 84 ou um Kadett GS 90; conheço pessoas que, no entanto, só aceitam carros Chevrolet ou Chrysler, outros que se especializaram em VW refrigerados a ar).
Está decidido quanto à época e marca? Legal, mas já pensou no tipo de estilo? Pense bem, pois isso faz bastante diferença também, tanto no uso quanto custo de execução e manutenção. O exemplo abaixo ilustra bem isso - três pick-ups Chevrolet da família C-14 - sendo uma original do ano 1965, a Olívia no meio (que como mencionado antes, está em processo de transformação em "rat rod") e outra em estilo "hot rod", fabricada nos anos 70. A original possivelmente teve a restauração (ou a própria manutenção por um dono zeloso) com menor custo que a pick-up laranja da foto mais abaixo, pela primeira se tratar de um veículo original, enquanto que a última pode ter passado por melhorias como direção hidráulica, freios a disco e suspensão mais moderna, o que a deixa mais macia de rodar no dia-a-dia que a "C14 Coca-Cola" da primeira foto.
Outro assunto importante é a condição de carro que você quer - pense no fim ou seja, o resultado final que você espera, e daí escolha o carro pensando nisso. Se vai modificar ou fazer um "rat rod",o carro até pode estar mais judiadinho, já para uma restauração 100% original o veículo precisa estar mais alinhado e com menores possibilidades de surpresas. De qualquer maneira, não se empolgue muito pois se você for mexer, vai encontrar alguma surpresinha. E se for pegar uma restauração como a dessa Kombi abaixo, prepare-se para muitas emoções...
Se você comprou essa Kombi... |
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... querendo deixá-la como esta, prepare o bolso e a paciência. |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOzX4GfP6rRONszp10zXMMkSvYOIKFPI6xAF0uDAKQc8gL8Qg7SyPXiIcvjbFCo_aZ28w-0jDiHmAV-4pnWLJcO_Czn4F7QahZNgmTvWNwA-7mSaVKmdk7YtL_3m4m67VOWmh72pde_O8/s1600/42packard2.jpg)
Então, já decidiu? Espero que você se anime e abrace um projeto - se é o seu primeiro, escolha com carinho e paciência (pode me escrever que dou minha opinião no que for preciso), e depois mãos à obra! No próximo post, falarei sobre sequência de restauração, o que fazer por conta própria e o que terceirizar, além de ferramentas e espaço necessário.